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Origem e Avanços da Inspeção por Partículas Magnéticas

A escolha das técnicas de END depende de vários fatores, incluindo as características dos defeitos esperados, o tipo de material, acessibilidade e condições de inspeção. Um exemplo importante de END é o ensaio por partículas magnéticas, utilizado para detectar descontinuidades em materiais ferromagnéticos.

A inspeção por partículas magnéticas é uma técnica amplamente utilizada em diversas etapas do ciclo de vida de um produto, desde a formação inicial até os produtos finais forjados ou soldados, e até mesmo após a instalação de uma peça em serviço.

Mas você sabe qual é a origem e a motivação para o surgimento da inspeção por partículas magnéticas?

A inspeção por partículas magnéticas tem suas origens no início do século XX, com significativos desenvolvimentos ao longo das décadas. Nos anos 1920, William Hoke, da New York Air Brake Company, criou um método para visualizar fissuras em metais magnetizados usando limalha de ferro.

Durante os anos 1930, a técnica foi aprimorada e amplamente adotada pela indústria ferroviária. Na Segunda Guerra Mundial, a necessidade de métodos confiáveis impulsionou ainda mais seu uso e refinamento.

Após a guerra, a técnica se popularizou na indústria aeroespacial, com avanços tecnológicos melhorando a detecção de descontinuidades. A partir dos anos 1960, a introdução de partículas fluorescentes e a automação aumentaram a eficácia e a precisão dos testes.

E hoje essa técnica é empregada em várias indústrias, incluindo aço estrutural, automotiva, petroquímica, geração de eletricidade, aeroespacial, marítima, processamento de alimentos e produção de papel, entre outras.

As descontinuidades detectáveis por este método incluem fissuras, esfoliações, costuras, porosidades, fendas de contração, interrupções de vazamento, rasgões a quente e elementos não fundidos. Estas falhas podem estar na superfície ou suficientemente próximas dela, permitindo sua detecção eficaz através da inspeção por partículas magnéticas.

Tecnicamente, o ensaio por partículas magnéticas funciona ao submeter a peça a um campo magnético. Se houver descontinuidades, surgem campos de fugaque atraem partículas magnéticas, permitindo a detecção dos defeitos.

Para que ocorra a detecção adequada de descontinuidades, é essencial que a intensidade do campo magnético na região inspecionada seja suficiente e que as linhas de força estejam o mais perpendiculares possível ao plano da descontinuidade. Sem esses requisitos, o acúmulo nítido de partículas não será possível.

Este método é valorizado por sua sensibilidade, economia e praticidade. Ele é especialmente eficaz quando o campo magnético é perpendicular à descontinuidade, com um ângulo ótimo entre 30° e 90°. Assim, é comum aplicar o campo magnético em duas direções perpendiculares.

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Existem diferentes métodos de magnetização, como campos longitudinais, circulares ou multidirecionais, escolhidos conforme a geometria e dimensões da peça. Não há tamanho mínimo de descontinuidade para que o campo de fuga ocorra, tornando este método mais eficiente que o ensaio por líquidos penetrantes para materiais ferromagnéticos.

No ensaio por partículas magnéticas, ao aplicarmos um pó ferromagnético, constituído de partículas finamente divididas, as quais denominadas de pó magnético, no local onde surgir um campo de fuga, devido à formação de um dipolo magnético, provocará o agrupamento das partículas, ou seja, as partículas se acumulam em todo contorno de um campo de fuga.

Métodos de Ensaio por Partículas

As partículas magnéticas podem ser fornecidas na forma de pó, em pasta ou dispersas em líquido. Em todos os casos, as partículas se constituem de um pó ferromagnético de dimensões, forma, densidade e cor adequado ao exame. Denominamos de via ou veículo, o meio no qual a partícula está sendo aplicada.

Via Seca -Aplicação

As partículas para via seca são aplicadas a seco, usando ar como veículo e dispositivos como aplicadores manuais ou bombas aspersoras. Devem ser armazenadas em locais secos e ventilados para evitar aglomeração, e ter granulometria adequada para aplicação uniforme. Embora mais sensíveis a descontinuidades próximas à superfície, não detectam tão bem pequenas descontinuidades superficiais. Comparando com o método por via úmida, as partículas por via seca são mais sensíveis na detecção de descontinuidades próximas a superfície, mas não são mais sensíveis para pequenas descontinuidades superficiais.

Via Úmida – Aplicação

No método de ensaio por via úmida, partículas são dispersas em um líquido (água, querosene ou óleo leve) e possuem granulometria muito fina, permitindo detectar pequenas descontinuidades como trincas de fadiga.

Esse tipo de ensaio pode ser fluorescente ou vísivel, ao que demostramos abaixo é realizado por partículas fluorescentes.

As partículas em suspensão têm maior mobilidade, podendo percorrer maiores distâncias antes de se acomodar ou ser aprisionadas por um campo de fuga. Em superfícies inclinadas ou verticais, é mais fácil remover o excesso. Aplicadores via úmida utilizam chuveiros de baixa pressão ou borrifadores manuais para criar uma névoa sobre a área examinada, podendo também derramar a suspensão manualmente sobre a peça.

Desta forma, poderíamos dizer que o ensaio por partículas magnéticas é um “detetor” de campos de fuga, que são “evidenciados” pela presença de acúmulos de partículas. (ABENDI, p.9 2018). O ensaio por partículas magnéticas é uma técnica valiosa devido à sua sensibilidade, economia e praticidade, especialmente eficaz para materiais ferromagnéticos na detecção de falhas superficiais e subsuperficiais.

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